terça-feira, 14 de agosto de 2018

O que é o "BTBr"?

A Rede BTBr (Bruxaria Tradicional Brasil) foi criada pelo Magíster Roberto de Souza (Bruxo Lupus) com o objetivo de popularizar conhecimentos básicos sobre a Bruxaria Tradicional no Brasil, especialmente sobre a Stregoneria (Italiana), Mageía Athinaíos (Grega), Galdra/Spae/Sedhr (Nórdicas) e Draíocht (Célticas).
Define-se por Bruxaria Tradicional (BT) antigas práticas de culto regionais da Europa desvinculadas das religiões sociais, tradições heterogêneas e singulares de acordo com a região a qual pertencem, não é pagã e não é cristã, mas contém elementos de ambos, aderente ao sincretismo histórico em algumas tradições (em oposição ao sincretismo e universalismo neopagão), caracterizada por aspectos e espiritualidade tribalizada e oculta, ensinada e repassada para novos adeptos de forma empírica/prática, e conservada em grupos familiares e seus agregados ou coventículos/congregas/conciliábulos.
Respostas a perguntas frequentes: 1) Wica Tradicional NÃO é Bruxaria Tradicional; 2) Algumas tradições de BT incluem o Diabo enquanto um arquétipo, uma herança do medievo; 3) Há algumas semelhanças entre a Wicca e algumas tradições de BT em virtude de a Wicca ter se espelhado nessas tradições; 4) A BT tem origem nos povos indo-europeus e no Neolítico, a Wicca foi criada por volta de 1945; 5) As tradições de BT não possuem deuses que são chamados de "Grande Mãe" e "Cornífero"; 6) Embora não muito frequente, existem sacrifícios animais nos rituais da maioria das tradições de BT; 7) Nem todas as tradições de BT incluem um ritual de iniciação; 8) Preto é uma cor raramente utilizada em vestimentas das tradições de BT; 9) As tradições de BT se relacionam e trabalham com maior frequência com espíritos dos mortos, ancestrais e demônios, e raramente com divindades.
A BTBr abre portas também para os interessados/as em se aprofundar nos mistérios da Bruxaria Tradicional Italiana e se disporem aos testes de integração (para tornar-se adepto/a) do Congrega Brasil, interessados/as em integração podem entrar em contato direto com a liderança para verificar tal possibilidade pelo whatsapp 051995776891 (Mr. Roberto/Lupus).

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Deuses, Demônios e Mitos

Talvez não devêssemos chamá-los assim (de “Deuses”), pois alguns deles são muito maiores do que a palavra “deus” é capaz de definir, enquanto outros (muito comuns nas religiões sociais) foram apenas grandes personalidades humanas que foram divinizadas (semelhante ao que ocorre na Igreja Católica com seus santos). Muitos deuses que hoje conhecemos foram inventados pelo imaginário humano que cria seres grandiosos para sentir-se protegido do desconhecido (muito comum nas religiões sociais), nós, bruxos e bruxas tradicionais, trabalhamos justamente com este “desconhecido” tão temido. Para ilustrar eis o mito sobre o Diabo:

O Diabo era muitas coisas, entre elas, era belo
Mas seu poder era assustador, sua manifestação era grandiosa
Poucos tiveram coragem para aproximarem-se dele e compreendê-lo
Mas muitos tiveram medo! Temiam a ele e a todos que aliaram-se a sua força
Então os temerosos criaram algo que chamaram de Deus
E dizia-se que este era mais poderoso que o Diabo e que o venceria
Tal como seu inimigo.

Para algumas tradições de BT o Diabo é uma das maiores forças da natureza e por trás dele existe a verdadeira essência divina, todos nós conseguimos perceber lampejos dessa essência magnânima na beleza incontestável das coisas da natureza (rios, mares, florestas, bosques, animais…) e compreendemos nossos “deuses” exatamente dessa forma: grandiosas e singulares forças da natureza (e do universo)! O Diabo tornou-se um arquétipo da sabedoria oculta da natureza para os cainitas, assim como outros aspectos presentes na Bruxaria Tradicional que partem desses arquétipos cainitas a exemplo também do Anjo Caído, a Marca de Caim, entre outros. Entende-se que toda tradição de BT terá o seu Diabo tal como um arquétipo, ou seja, uma entidade importante e grandiosa dotada de magnânimo poder e sabedoria oculta, considerado o Grande Iniciador, a encarnação da Liberdade (principalmente pessoal e sexual) e uma força natural genuína. Na Tradição Portuguesa o arquétipo do Diabo é, sem dúvidas, Kabaros algumas vezes chamado de Kabaros Lucífero. Temos alguns mitos medievais que fazem alusões a possíveis Anjos Caídos, mas, com certeza, o melhor exemplo de um Anjo Caído é a Arádia que, encarnando um Lasa (espírito etéreo), tem a missão de trazer a Stregoneria (tradição italiana) de volta no ano de 313 em nome de Diana.


É engraçado como o advento do Cristianismo na idade média tornou o Diabo e seus demônios arquétipos (novas formas generalizadas) para as forças desconhecidas da natureza, e Deus (como um todo) um arquétipo de forças protetoras contra o “desconhecido”. Precisamos ser realistas e compreender que, no aspecto religioso, muitas coisas (deuses, seres, mitos e milagres) são pura fantasia humana para inspiração de fé, e apenas isso. Historicamente (e para muitos bruxos tradicionais) o Cristianismo é a maior prova disso, pois é uma das doutrinas mais baseadas no medo e nos erros (pecados) do mundo! Este sempre foi um indício de criatividade humana para se aproveitar da ignorância alheia para ganhar dinheiro ou poder político, eles prometem proteção e livramento das coisas obscuras, ocultas e diabólicas através do temor e da obediência (evidência óbvia), prática comum entre os romanos e egípcios (não pense que os pagãos eram muito diferente dos cristãos). É fato que os hebreus (precursores dos judeus) eram servos dos egípcios e foram muito influenciados por esta cultura e que os cristãos primitivos se consolidaram em Roma (nascimento da Igreja Católica Apostólica Romana) que também os influenciou muito (entre outras culturas como os sumérios).

Partindo desse entendimento conseguimos perceber como o Diabo se torna um arquétipo dentro do entendimento maniqueísta cristão: o modelo de Set - do Submundo (antagônico a Rá - o Sol); o nome “Lúcifer” - um deus sumério da luz; o modelo de Plutão - sincretismo de Hades; e o sincretismo de Dianus Lucifero (o conjuge da deusa Diana). O mesmo ocorre com Cristo ou Javé, pois Rá é a luz do mundo e o Criador (Pai); Baal é o deus sumério que está nos céus; Júpiter é o Pai Celeste; Sol Invictus, Dionísio, Mitra (e outros deuses) nasceram no solstício de verão (por volta de 25/12) e - alguns - nasceram de virgens. Todas estas histórias denotam as influências que o cristianismo sofreu ao longo do tempo e história, e, sim, estes deuses são bem mais antigos que o cristianismo (especialmente os egípcios).

O Cristianismo é extremamente maniqueísta, esta é uma influência egípcia, mas até os egípcios serão menos maniqueístas que os cristãos e reconhecerão que nada no mundo é “totalmente mau” ou “totalmente bom”, e muito menos que exista uma índole absolutamente má ou boa. Nós, bruxos e bruxas tradicionais, sabemos que a neutralidade perpassa tudo, pois assim é a magia, “nem boa, nem má”, ou seja, entre o preto e o branco há muitos tons de cinza. O bem e o mal serão sempre relativos para nós. Tudo tem um lado bom (por mais amargo que seja pode ensinar algo…), tudo tem um lado ruim (por mais doce que seja pode iludir e enfraquecer…), no fim tudo é cinza, é importante reconhecer este cinza em cada coisa, pois o mundo real é cinza e isto quer dizer que o  mundo mágico também o é.

Muitos deuses (pagãos e cristãos) são apenas Espíritos da Terra que procuram ajudar seus descendentes a partir dos mistérios do Outro Mundo e de algumas forças da natureza, este é o motivo de trabalharmos com poucos “deuses”, pois além de existirem deuses que são criações humanas, existem deuses que são apenas personagens de um mito representados na realidade por algum espírito da terra para que estes “adoradores” não fiquem totalmente desgarrados (embora seja inevitável). Os “deuses” com os quais nos relacionamos são muito mais que histórias, milagres, mitos e lendas, eles na verdade estão por trás de tudo isso e são os mistérios desconhecidos por trás de cada força da natureza. O que realmente importa é o que podemos tocar, vivenciar e praticar: o conhecimento ancestral e tradicional que entende e trabalha com essas forças da natureza, e o poder do sangue que nos torna deuses entre os outros. Não somos adoradores dessas forças (“deuses”) somos contempladores que mergulham nelas, as entende, trabalham com elas, sendo amigos/irmãos/parentes delas, e, por fim, casando com elas (iniciação).

- Bruxo Roberto D' Souza
Consultas, Cursos de Magia e Trabalhos Espirituais
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